Alunos de escola em Maceió criam caneta adaptada para pessoas com Parkinson: 'Orgulho de saber que a gente pode ajudar'

  • 26/09/2024
(Foto: Reprodução)
Inclupen utiliza vibrações controladas para estabilizar os tremores característicos da doença, proporcionando maior precisão e legibilidade na escrita. Invenção ganhou o 1º lugar na categoria de Iniciação Científica da 9ª edição da Feira Brasileira de Iniciação Científica (Febic). Inclupen utiliza vibrações controladas para estabilizar os tremores característicos da doença de Parkinson A paixão pela ciência e a vontade de tornar o mundo um lugar melhor motivaram três alunos de uma escola em Maceió a desenvolver uma caneta adaptada para pessoas com Parkinson. A Inclupen utiliza vibrações controladas para estabilizar os tremores característicos da doença, proporcionando maior precisão e legibilidade na escrita. Guilherme Pietro Costa Alves Santos, Vinícius Alves de Sá e Vinícius Roberto Camilo dos Santos são alunos do 8º ano do Ensino Fundamental da Escola Sesi, localizada no Benedito Bentes. Foi na sala de aula que tudo começou, sob a orientação do professor Alef Jordi. "O professor pediu para a gente fazer qualquer tipo de produto que seja inclusivo e sustentável. A gente lembrou do avô de um colega nosso que tinha Parkinson e da dificuldade que ele tinha de escrever e assinar documentos", lembra Vinícius Roberto. Na versão atual, a caneta é feita de plástico. Dentro dela, há dois vibradores de celular e ímãs nas laterais Reprodução/TV Gazeta de Alagoas A primeira versão da caneta era de papelão. Depois, os estudantes fizeram o segundo protótipo da Inclupen. A invenção resultou de uma pesquisa abrangente, que incluiu revisão bibliográfica, desenvolvimento de protótipo e testes com participantes diagnosticados com Parkinson. Na versão atual, a caneta é feita de plástico e, dentro dela, há dois vibradores de celular. Nas laterais há ímãs, que fixam melhor a mão se a caneta for usada com a luva que também foi criada pelo grupo de estudantes. Um dos alunos envolvidos no projeto, Vinícius Alves explica que o objetivo é melhorar a autonomia e a qualidade de vida dessas pessoas. O primeiro e o mais recente protótipo da Inclupen Reprodução/TV Gazeta de Alagoas “O Parkinson é uma doença que traz muitas dificuldades na escrita, no andar, em realizar atividades básicas do dia a dia, e o nosso projeto veio para ajudar essas pessoas a ter mais dignidade e a possibilidade de se expressar através da escrita", conta Vinícius Alves. Parkinson é uma doença neurológica que afeta os movimentos da pessoa. Ocorre por causa da degeneração das células que produzem a dopamina, que conduz as correntes nervosas (neurotransmissores) ao corpo. A falta ou diminuição da dopamina afeta os movimentos, provocando sintomas como tremores, rigidez muscular, desequilíbrio. LEIA TAMBÉM: Doença de Parkinson: jovens respondem por 20% dos casos, diz médico Pesquisa científica quer usar IA para identificar Parkinson em estágio inicial Pesquisadora desenvolve jogo para auxiliar no tratamento de Parkinson Parkinson não tem cura, mas os tratamentos disponíveis garantem o mínimo de qualidade de vida para os pacientes. A doença atinge 1 a 2% da população mundial acima dos 65 anos e aumenta com a idade, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, estima-se que 200 mil pessoas tenham Parkinson. Para Vinícius Alves, todo o esforço e tempo dedicado valeu a pena. "Orgulho de saber que a gente pode ajudar as pessoas com Parkinson. É uma felicidade saber que a gente pode ajudar pessoas como o meu avô". Na versão atual, a caneta é feita de plástico. Dentro dela, há dois vibradores de celular e ímãs nas laterais Reprodução/TV Gazeta de Alagoas A invenção rendeu aos adolescentes o 1º lugar na categoria de Iniciação Científica da 9ª edição da Feira Brasileira de Iniciação Científica (Febic), realizada entre os dias 16 e 20 de setembro, em Pomerode, Santa Catarina. Para o professor Alef, que acompanhou cada etapa do projeto desde o seu surgimento, passando pelas etapas de ideação e prototipagem, é inspirador ver o crescimento científico dos alunos ao longo do processo. “Sair como campeão da Febic é validação de que nossa ciência é significativa e ativa na vida de nossos alunos. A Febic é uma das maiores feiras científicas do Brasil, na qual participam mais de 360 projetos não só do Brasil, mas da América Latina. O 1º lugar nos diz que sim, nossos alunos são capazes de transformar o mundo, porque o mundo é todo deles”, completou. Guilherme Pietro Costa Alves Santos, Vinícius Alves de Sá e Vinícius Roberto Camilo dos Santos foram orientados pelo professor Alef Jordi Reprodução/TV Gazeta de Alagoas A criação do protótipo também teve a participação da neurologista Cícera Pontes, que acompanhou o desenvolvimento do projeto. Para ela, a caneta pode ser uma grande aliada na rotina de quem sofre com tremores, mas é preciso realizar mais testes. "É uma experiência muito legal porque a gente vê jovens se preocupando em melhorar a qualidade de vida desses pacientes. [A caneta] está em fase de aperfeiçoamento e de testes para saber se realmente há melhora nesses pacientes com tremor". O grupo de estudantes já pensa em projetos futuros. "Nosso próximo objetivo é ir além da escrita dos pacientes com Parkinson e tentar fazer com que eles alcancem mais lugares. Por exemplo, [projetos para] os braços, para terem maior estabilidade na hora da escrita", revela Vinícius Roberto. Parkinson: entenda o que é a doença e veja quais são os sintomas Initial plugin text Assista aos vídeos mais recentes do g1 AL Veja mais notícias da região no g1 AL

FONTE: https://g1.globo.com/al/alagoas/noticia/2024/09/26/alunos-de-escola-em-maceio-criam-caneta-adaptada-para-pessoas-com-parkinson-orgulho-de-saber-que-a-gente-pode-ajudar.ghtml


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